- Vamos nessa?
Espantei-me com a indagação do Maikel.
- Compor uma Marchinha?
Perguntei pra ver se não estava enganado.
- É isso aí!
Confirmou o parceiro.
Ainda confuso, concordei com a idéia. - É isso aí, vamos compor uma marchinha pro Festival.
Foi assim o começo da nossa aventura no primeiro Festival de Marchinhas do C.E.M., que por sinal teve um “pequeno empurrão” da Meirinha que disse que se o Maikel não fizesse uma marchinha não pisaria mais no Bar. (Ainda bem que ele acreditou).
Dias depois estava lá o Maikel:
- Já está quase pronta, vamos terminar?
Na correria, acabamos não nos encontrando e com o prazo de inscrição se aproximando o Maikel com as suas “explosões de idéias” acabou finalizando a obra.
O tema levemente contestador, aponta para o carnaval que “quase” não se vê mais. Aquela coisa de sair pelas ruas, alegre a cantar com confete e serpentina. As máscaras, os blocos, o trenzinho, a suave simplicidade de ser o Rei da alegria.
O título foi “Onde vai dar”, posteriormente modificado para “Quem vai me dar”, para entrar no clima do inocente duplo sentido, muito característico das marchinhas, nos anos 30. 40 e 50.
Daí pra frente foi “só alegria”, nos ensaios e apresentações com o Em Nome do Samba.
O Festival teve mais de trinta compositores selecionados, totalizando mais de quarenta marchinhas, que seriam divididas em quatro eliminatórias, restando doze para a final.
Quem vai me dar, foi classificada para a final, concorrendo com as seguintes marchinhas:
- Palhaço Benjamim - Haroldo Oliveira
- Quem vai me dar - Maikel
- Bexiga amore mio -Aldo Bueno
- Muuuuuuuu - Robson
- Adote um espelho - Lu Tomé
- Quando o carnaval chegar -Alegria dos Koroas
- Are Baba - Mário Cervi
- Lourival - Caio e Dudu Vila Maria
- Pitombeira e Elefante - Armandinho
- Zé Pelado - Robson
- Coitado do Pedro -Marcelinho Canhoto, Teago e Renan
- O Sarna - Cecília
Os temas eram variados, falavam de política, cotidiano, amores e atualidades. A qualidade das classificadas deve ter dado um pouquinho de dor de cabeça nos jurados. Amém! Ainda bem!
Três seriam eleitas pelo júri e outras três por voto popular.
Só a festa já estava valendo a pena e com sinceridade não tínhamos pretensão de ficar entre as premiadas. Porém para a nossa alegria completa, “Quem vai me dar” foi classificada em segundo lugar pelo júri popular.
Sorte de principiante? Talvez. Mas o mais importante foi a mensagem que a marchinha deixou e a festa que foi um verdadeiro carnaval fora de época.